ANÁLISE CITOMORFOLÓGICA DE SANGUE PERIFÉRICO
Material: sangue total com EDTA + 3 lâminas (esfregaço) sem anticoagulante
Sinônimo: Hematológico
Método: Focagem hidrodinâmica, Citometria de Fluxo e SLS-Hemoglobina (laurilsulfato de sódio). Microscopia – Giemsa.
Coleta: Jejum não obrigatório.
Interpretação: avaliação clínica geral; avaliação e diagnóstico de anemias, policitemias, aplasias medulares, processos infecciosos, leucemias/leucoses, trombocitose e trombocitopenia. O hemograma é uma das análises mais utilizadas na prática médica, pois seus dados gerais permitem uma avaliação extensa da condição clínica do paciente. Embora não seja um teste extremamente sensível e específico para determinadas patologias, pode ser encarado como um sinal e/ou sintoma, integrante da avaliação inicial do paciente. No hemograma são avaliadas as três séries celulares componentes do sangue: eritrócitos, leucócitos e plaquetas, compondo o eritrograma, leucograma e plaquetograma. No eritrograma, são contados os eritrócitos, são medidas as concentrações de hemoglobina e hematócrito, são determinados os índices hematimétricos (volume celular médio, concentração de hemoglobina corpuscular média, hemoglobina corpuscular média), além da determinação do RDW, que indica a variação do tamanho dos eritrócitos. No leucograma, os leucócitos são contados em termos gerais, sendo
classificados em uma contagem relativa em diferentes populações (neutrófilos, basófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos), segundo suas características citológicas. No plaquetograma, as plaquetas são contadas e seu tamanho médio e variações de volume são determinados (MPV e PDW). Todas estas análises são seguidas por microscopia após coloração para avaliação das características e/ou alterações morfológicas de cada série. Estes dados em conjunto permitem indicativos diagnósticos que, quando cruzados com outros dados e/ou resultados, são de extrema importância clínica.
AMP-CICLICO (AMPC)
Material: Urina 24 horas ref
Sinônimo: Adenosina Monofosfato Ciclico
Método: Radioimunoensaio
Coleta: Coleta de urina 24 h. Misturar as amostras e anotar volume final. Enviar alíquota de no mínimo 20,0 mL.
Código CBHPM: 40305163
Interpretação: É usado no diagnóstico diferencial do hiperparatireoidismo, quando há aumento do cAMP sérico. O nível de cAMP na urina está aumentado no pseudohipoparatireoidismo tipo I, porém está normal no tipo II. O cAMP urinário é um marcador da função do hormônio paratireóide (PTH). A fração nefrogênica do cAMP tem sido usado na monitorização da ingesta de cálcio nos casos de osteoporose.
Referência: 1,0 a 11,5 umol/24h
AMITRIPTILINA
Material: soro
Método: Cromatografia Liquida de Alta Performance – HPLC
Coleta: Coletar em tubo sem anticoagulante, separar o soro, congelar e enviar.
Referência:
Niveis terapêuticos : 95,0 a 250,0 ng/mL
Níveis tóxicos: > 500,0 ng/m
FENILCETONÚRIA – PESQUISA
Material: urina
Sinônimo: Fenilalanina urinária
Método: Cloreto Férrico Aquoso
Coleta: Colher preferencialmente a 1ª urina da manhã ou com intervalo de 4 horas entre as micções. Fazer higiene da genitalia com água e sabão, secar, desprezar o 1º jato de urina e coletar o jato médio.
Código CBHPM: 40311317
Interpretação: diagnóstico da fenilcetonúria. A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética autossômica recessiva que decorre da deficiência ou
ausência da enzima fenilalanina hidroxilase, que atua sobre a fenilalanina, causando o acúmulo deste aminoácido no sangue das pessoas afetadas. A doença, se não diagnosticada de imediato, pode acarretar grave retardamento mental nos indivíduos portadores.
Referência: Negativa
FATOR V DA COAGULAÇÃO
Material: plasma citratado
Método: Coagulométrico.
Coleta: Jejum de 4 horas
Código CBHPM: 40304175
Interpretação: diagnóstico específico de deficiência congênita de fator V da coagulação. O fator V é uma glicoproteína vitamina-K dependente sintetizada no fígado. É parte do complexo conversor de protrombina, atuando na via extrínseca da coagulação. Especificamente este é um fator que acelera a conversão de protrombina para trombina. A deficiência de fator V é uma condição herdada, autossômica recessiva que ocorre com igual freqüência em homens e mulheres. Os sintomas podem ser leves a severos e incluem arroxeamento fácil, freqüente epistaxe,
menorragia, e sangramento prolongado após episódios traumáticos, incluindo procedimentos cirúrgicos e odontológicos.
Valores aumentados: sem significado clínico.
Valores diminuídos: deficiência de alfa-globulina, coagulação intravascular disseminada, deficiência de fator V, inibidores circulantes do fator V,
fibrinogenólise, doença hepática, deficiência de fator lábil, leucemia (aguda), parahemofilia, estados pós-operatórios, deficiência de pró-acelerina, terapia radioativa.
Interferentes: medicamentos (ansindiona, bis-hidroxicumarina, dicumarínicos, warfarina sódica).
Referência: 70 a 130%
FENILALANINA PLASMÁTICA
Material: plasma com EDTA
Método: Cromatografia Líquida de Alta Resolução (HPLC)
Coleta: Jejum não obrigatório
Código CBHPM: 40301818
Interpretação: diagnóstico da fenilcetonúria. A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética autossômica recessiva que decorre da deficiência ou
ausência da enzima fenilalanina hidroxilase, que atua sobre a fenilalanina, causando o acúmulo deste aminoácido no sangue das pessoas afetadas. A doença, se não diagnosticada de imediato, pode acarretar grave retardamento mental nos indivíduos portadores.
Referência:
Crianças: 26 a 91 umol/L
Adultos: 34 a 120 umol/L
FIBRINOGÊNIO
Material: plasma citratado
Sinônimo: Dosagem do fator I
Método: Coagulométrico.
Coleta: Jejum obrigatório de no mínimo 4 horas.
Código CBHPM: 40304264
Interpretação: diagnóstico de hipofibrinogenemias ou afibrinogenemias primárias ou secundárias; diagnóstico de coagulação intravascular disseminada; marcador de fibrinólise. O fibrinogênio é uma das proteínas predominantes do plasma. Trata-se de uma glicoproteína
sintetizada no fígado, possui 341kD, sendo a proteína precursora do coágulo de fibrina. Na eletroforese, o fibrinogênio se apresenta como uma banda situada entre as globulinas beta e gama. Forma o coágulo de fibrina quando ativado pela trombina. Neste caso, é praticamente removido no processo de coagulação e não é visto no soro (apenas no plasma com anticoagulantes). Além destas propriedades, o fibrinogênio é uma das proteínas de fase aguda, encontrando-se marcadamente elevado durante a fase aguda de processos inflamatórios (é um dos
componentes que mais afetam o VHS).
Valores aumentados: uso de contraceptivos orais, uso de anticoagulantes, stress, trauma, infecção, inflamação, neoplasias, gravidez e períodos pós-operatórios.
Valores diminuídos: afibrinogenemia/hipofibrinogenemia hereditária, coagulação intravascular, fibrinólises, doença hepática, uso de terapia fibrinolítica com uroquinase ou estreptoquinase. É possível o encontro de níveis diminuídos por artefato de coleta (especialmente em coletas difíceis), por coagulação indevida.
Referência: 1,8 a 3,5 g/L
ÁCIDO FÓLICO
Material: soro
Sinônimo: Folato
Método: Eletroquimioluminescência (ECLIA)
Coleta: Para todas as idades jejum mínimo necessário de 4 horas.
Código CBHPM: 40301087
Interpretação: detecção de deficiência de folato (condição inibitória da síntese de DNA desencadeadora de anemia megaloblástica) em gestantes, usuários de medicamentos inibidores do folato e pacientes com síndromes mal absortivas (doença celíaca, doença de Crohn, outras); monitoramento de terapia com folato. Os folatos atuam como cofatores em reações de transferência. Geralmente absorvidos no trato
gastrointestinal, provenientes diretamente da dieta ou a partir de folato sintetizado por bactérias intraintestinais, sua deficiência causa um quadro hematológico quase indistinguível do causado pela deficiência de vitamina B12, estando associada à diminuição da capacidade de síntese protéica e divisão celular. A principal manifestação clínica da deficiência de folato é anemia megaloblástica.
Valores aumentados: dieta vegetariana, deficiência de vitamina B12, neoplasias.
Valores diminuídos: deficiência primária de folato dietético, hipertireoidismo, anemia perniciosa, alcoolismo, má nutrição, doenças hepáticas, deficiência de vitamina B12, hemodiálise crônica, doença celíaca adulta, anemia hemolítica, carcinomas, mielofibroses, gravidez.
Interferentes: hemólise, lipemia, exposição à luz, anticonvulsivantes, metotrexato, colchicina, estrogênios, contraceptivos orais, álcool, ácido aminosalicílico, ampicilina, cloranfenicol, eritromicina, lincomicina, penicilina, tetraciclinas.
Referência: 2,0 – 19,7 ng/mL
Sensibilidade: 0,64 ng/mL
Linearidade: 20 ng/mL
ATENÇÃO: Nova metodologia a partir de 10/04/2014.
Método antigo: Quimioluminescência (CLIA)
FERRO URINÁRIO
Material: Urina 24 horas ref
Método: Espectrofotometria
Coleta: Coleta de urina 24 h
Código CBHPM: 40301842
Interpretação: diagnóstico diferencial de anemias; diagnóstico de hemocromatose e hemosiderose. O ferro é um elemento essencial na manutenção da homeostase orgânica. A maioria do ferro corporal está ligada à porção heme da hemoglobina, bem como mioglobina, algumas
enzimas que contém heme e outras proteínas que contém ferro. Uma porção importante do ferro está contida na ferritina e hemossiderina (principalmente na medula óssea, baço e fígado). Sua manutenção no organismo depende de etapas diversas de absorção, transporte, metabolismo e perda, em um complexo mecanismo de equilíbrio. Suas principais funções estão relacionadas à ligação com o oxigênio na hemoglobina, e outros heme-pigmentos. Outras funções estão associadas à condição de cofator enzimático e processos oxidativos. Sua avaliação é mais bem realizada em conjunto com dados clínicos e outras determinações laboratoriais como TIBC, ferritina, IST e outras.
Referência: Até 600,0 ug/24 horas
Material: urina 24 horas
Sinônimo: Fosfatúria
Método: Colorimétrico
Código CBHPM: 40301931
Interpretação: avaliação do metabolismo excretor do fósforo. O metabolismo do fósforo depende de um balanço entre ingestão, troca celular/extracelular/óssea e excreção/reabsorção renal, de modo balanceado e multifatorial (ver Fósforo).
Valores aumentados: hiperparatireoidismo, deficiência de vitamina K, acidose tubular renal, uso de diuréticos, síndrome de Fanconi, osteomalacia.
Valores diminuídos: hipoparatireoidismo, pseudohipoparatireoidismo, intoxicação por vitamina K.
Referência: 0,40 a 1,3 g/24 h
FÓSFORO URINÁRIO – 24H
FRAGILIDADE OSMÓTICA
Material: sangue total c/ Heparina
Sinônimo: Resistência osmótica eritrocitária;
Método: Colorimétrico (De Dacie)
Coleta: Jejum obrigatório.
Código CBHPM: 40304850
Interpretação: diagnóstico de anemias hemolíticas e esferocitose hereditária. Neste teste os eritrócitos do paciente são incubados em soluções salinas de diferentes tonicidades, para avaliar sua resistência ou fragilidade osmótica.
Valores aumentados: esferocitose hereditária, anemias hemolíticas hereditárias não esferocíticas, anemias hemolíticas adquiridas (neoplasias, infecções, leucemias, gravidez, etc), doença hemolítica do recém-nato e queimaduras.
Valores diminuídos: anemias ferroprivas, recém-natos normais, talassemias, anemia falciforme, HbC, pós-esplenectomia, doença hepática e anemias megaloblásticas nutricionais.
Referência:
0,10: 100%
0,20: 99 a 100%
0,30: 90 a 100%
0,40: 50 a 90%
0,50: 00 a 6%
0,60: 00%
0,70: 00%
0,80: 00%
0,90: 00%
FRUTOSE
Material: esperma
Método: Colorimétrico
Coleta: O material deverá ser analisado até 4h após coleta. Não é necessário abstinência sexual.
Código CBHPM: 40301966
Interpretação: avaliação da infertilidade masculina; avaliação da função espermática. A frutose e o ácido cítrico são compostos metabólicos essenciais para a função espermática. Suas dosagens avaliam a função da próstata e da vesícula seminal. A frutose é uma substância dependente de andrógenos, produzida nas vesículas seminais, e níveis diminuídos no esperma podem indicar ausência ou obstrução dos vasos
deferentes ou vesículas seminais. O ácido cítrico é secretado pela próstata, e está ligado à capacidade de coagulação e liquefação seminal, além de potencializar atividade de enzimas como a hialuronidase. Níveis diminuídos podem estar associados a prostatites em geral.
Referência: 2,0 a 4,6 mg/mL
FTA – ABS – ANTICORPOS IGG
Material: soro
Método: Imunofluorescência Indireta e – Quimioluminescência
Coleta: Jejum recomendado, mas não obrigatório.
Código CBHPM: 40307735
Interpretação: confirmação de resultados reagentes em testes não-treponêmicos no diagnóstico da sífilis; diagnóstico de sífilis tardia (mesmo com testes não-treponêmicos não reagentes). O uso de testes treponêmicos deve trazer mais especificidade à rotina diagnóstica; sua
sensibilidade situa-se em torno de 80-90% em sífilis primária, >95% em sífilis secundária e terciária e 90-95% em sífilis tardia. Na maioria dos
casos, a positividade permanece por toda a vida, embora alguns pacientes tornem-se não-reagentes com o passar dos anos.
Este teste não é indicado para o seguimento terapêutico, uma vez que a variação em seus títulos não se correlaciona com a melhora clínica do paciente. O teste utilizando reagentes para a evidenciação de IgM pode ser útil no diagnóstico mais precoce de sífilis congênita. Os títulos IgG tendem a desaparecer em até 8 meses após o nascimento (a persistência nos títulos após este período pode ser interpretada
como sífilis congênita). Em alguns casos de uveíte sifilítica, é possível o encontro de FTA-Abs reagentes com VDRL não reagentes. É possível a presença de falso-positivos, especialmente em quadros de doença do colágeno. Se a terapia é instituída em tempo anterior a soroconversão (no tempo da lesão inicial do cancro), estes pacientes resultarão não reagentes.
Referência: Não reagente
ÁCIDO FÓRMICO
Material: urina do final da jornada de trabalho
Método: Cromatografia de Gases
Coleta: Coletar urina no final da jornada de trabalho.
Referência:
Não expostos: Inferior a 15 mg/g creatinina
IBMP*: Inferior a 80 mg/g creatinina
* IBMP: Índice Biológico Máximo Permitido
ÁCIDO HIPÚRICO
Material: urina do final da jornada de trabalho
Sinônimo: Tolueno
Método: Cromatografia Líquida de Alto Desempenho (HPLC)
Coleta: Coletar a amostra em coletor de urina limpo e sem aditivo. Manter a amostra refrigerada para o envio ao laboratório. Amostras mantidas a temperatura ambiente são estáveis por até uma semana. Amostras refrigeradas entre 2-5°C são estáveis por até quinze dias. Amostras congeladas são estáveis por até 2 meses. Evitar ciclos de congelamento e descongelamento.
Código CBHPM: 40313042
Interpretação: Indicador biológico de exposição ao tolueno.
Interpretação: O ácido hipúrico e o ácido metil hipúrico são os principais metabólitos do tolueno e xileno, respectivamente. Processos de exposição ocupacional a estes solventes orgânicos podem ser monitorados pelo seguimento da excreção destes compostos na urina. Embora o ácido hipúrico seja marcador de exposição ao tolueno, outros compostos como o estireno, o etilbenzeno e mesmo alguns conservantes alimentares podem estar associados ao aumento de seus níveis urinários. Como é prontamente excretado na urina, os níveis séricos de ácido hipúrico podem ser utilizados como bons marcadores de função renal. A dosagem de ácido hipúrico e metil hipúrico é realizada por cromatografia líquida de alta pressão (HPLC), em amostra urinária de fim de turno de trabalho após, pelo menos, dois dias de trabalho consecutivos, conservada em refrigerador e enviada ao laboratório para análise. O tolueno e/ou o xileno podem ser encontrados na maioria dos solventes utilizados na indústria, especialmente em colas e combustíveis. Trabalhadores expostos a estas substâncias podem desenvolver sinais e sintomas compatíveis com intoxicação. Sua absorção pode ocorrer por inalação, ingestão ou absorção dérmica. Normalmente os sintomas desaparecem em alguns dias após o afastamento do indivíduo da fonte contaminante, especialmente nos casos de toxicidade aguda.
O diagnóstico é realizado juntando dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais, com o uso dos marcadores urinários e eventualmente séricos.
Referência: VR: Até 1,5 g/g creatinina
IBMP*: Até 2,5 g/g creatinina
*IBMP: Indíce Biológico Máximo Permitido (NR-7).
**Limite de detecção do teste: 0,02 g/g creatinina